COP29: CEDEAO E ONU Mulheres Organizam Workshop Técnico Regional com Especialistas em Género e Ambiente com o intuito de Colocar as Mulheres da África Ocidental no Centro da Transição para uma Economia Verde
23 Out, 2024A Comissão da CEDEAO, através do Centro de Desenvolvimento de Género da CEDEAO (EGDC), em parceria com o Escritório Regional da ONU Mulheres para a África Ocidental e Central, promoveu um workshop técnico regional entre os dias 21 e 23 de outubro de 2024, em Lomé, Togo.
O evento, intitulado “Colocar as Mulheres no Centro da Transição para a Economia Verde na África Ocidental”, teve como propósito fomentar o diálogo entre os Estados-Membros da CEDEAO, instituições regionais, organizações de investigação e demais partes interessadas, com foco na implementação do Plano de Ação da CEDEAO sobre Género e Economia Verde. A iniciativa visa, sobretudo, reforçar as oportunidades para mulheres nos setores de emprego verde e financiamento sustentável.
Os participantes também analisaram as conclusões do painel de alto nível realizado em conjunto com o EGDC e a ONU Mulheres, à margem da 68.ª Comissão das Nações Unidas sobre o Estatuto da Mulher (CSW68), concentrando-se, em particular, no acesso das mulheres ao financiamento climático em África. Esta foi uma oportunidade crucial para a coordenação de esforços de advocacia política sub-regional sobre género e questões climáticas.
No seu discurso, o Sr. Maxime Houinato, Diretor do Escritório Regional da ONU Mulheres para a África Ocidental e Central, destacou: “As mulheres são fundamentais para o futuro da ação climática na África Ocidental. Quando o seu empreendedorismo verde é incentivado e o acesso ao financiamento sustentável é garantido, tornam-se pilares do crescimento verde, promovendo a criação de empregos decentes e duradouros.” O diretor expressou também o seu reconhecimento aos governos da França e da Irlanda pelo apoio ao trabalho da ONU Mulheres na promoção da economia verde.
A Professora Fatou Sow Sarr, Comissária para o Desenvolvimento Humano e Assuntos Sociais da CEDEAO, sublinhou, na sua intervenção de boas-vindas, a necessidade urgente de soluções que acelerem a transição para uma economia verde em benefício das mulheres da África Ocidental. Realçou ainda a importância de reduzir as desigualdades de género e promover o empoderamento feminino, tal como estipulado pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e pela Visão 2050 da CEDEAO.
Durante a sessão de abertura, o Honorável Katari Foli-Bazi, Ministro do Ambiente e dos Recursos Florestais da República do Togo, frisou a importância das alterações climáticas, alertando que nenhum país está imune aos seus impactos adversos. “África encontra-se na linha da frente dos impactos negativos das alterações climáticas, manifestados por fenómenos como a irregularidade das chuvas, o aumento das temperaturas, as inundações severas e a erosão costeira.” Sublinhou ainda que as mulheres, por serem mais vulneráveis a estes efeitos, muitas vezes não são incluídas nos processos de tomada de decisão, defendendo, por isso, uma participação mais ativa das mulheres nas políticas climáticas.
A África Ocidental é uma das regiões mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas. De facto, os dez países mais vulneráveis do mundo situam-se na África Subsariana. As mulheres e raparigas na África Ocidental desempenham um papel determinante na adaptação e mitigação das alterações climáticas, seja através das suas atividades no setor agrícola, seja na gestão sustentável de recursos naturais e na conservação de ecossistemas – incluindo aqueles com funções essenciais de sequestro de carbono, como florestas e mangais.
A CEDEAO e os seus Estados-Membros têm implementado políticas corajosas para responder às diferentes vulnerabilidades de mulheres, homens, rapazes e raparigas, antes, durante e após desastres, especialmente no contexto das alterações climáticas. Em parceria com os Estados-Membros e outros intervenientes, a CEDEAO aprovou, em 2019, a Estratégia e Plano de Ação de Género para a Redução do Risco de Desastres (DRR SPAG 2020-2030) e estabeleceu, para o período de 2015-2030, um plano de ação que assegura uma abordagem sensível ao género na mitigação de riscos de desastres na região.
Espera-se que, até ao final do workshop, os participantes estabeleçam as bases para um esforço coordenado de advocacia regional sobre género e alterações climáticas, em preparação para a COP29 e a CSW69.